"Devo estar quase a chegar ao centro da Terra. Ora, deixa cá ver: isso seria seis mil quilómetros de profundidade, acho eu. ( É que, estão a ver, Alice tinha aprendido muitas coisas deste género nas suas aulas da escola, e embora esta não fosse uma excelente ocasião para alardear o seu conhecimento, visto que não havia ninguém que a ouvisse, não deixava por isso de ser um bom exercício de repetição)
- Sim, deve ser mais ou menos essa distância... mas, nesse caso, a que Latitude ou Longitude terei chegado? - ( Alice não fazia a mínima ideia do que era a Latitude nem a Longitude, mas achava que eram palavras pomposas para se dizer)
- Será que vou cair através da Terra? Que engraçado ir sair entre os povos que andam com a cabeça para baixo! Parece-me que são os antipatas... - ( sentiu-se bastante satisfeita por desta vez não haver ninguém que a ouvisse, já que aquela palavra não lhe soava nada bem- mas vou ter de lhes perguntar como se chama o país, claro está. Por favor, Minha Senhora, isto é a Nova Zelândia? Ou a Austrália? (...) - E ela há-de pensar que eu sou mesmo uma ignorante por lhe fazer tal pergunta. Não, é melhor não perguntar: se calhar, verei o nome escrito em qualquer parte."
- Sim, deve ser mais ou menos essa distância... mas, nesse caso, a que Latitude ou Longitude terei chegado? - ( Alice não fazia a mínima ideia do que era a Latitude nem a Longitude, mas achava que eram palavras pomposas para se dizer)
- Será que vou cair através da Terra? Que engraçado ir sair entre os povos que andam com a cabeça para baixo! Parece-me que são os antipatas... - ( sentiu-se bastante satisfeita por desta vez não haver ninguém que a ouvisse, já que aquela palavra não lhe soava nada bem- mas vou ter de lhes perguntar como se chama o país, claro está. Por favor, Minha Senhora, isto é a Nova Zelândia? Ou a Austrália? (...) - E ela há-de pensar que eu sou mesmo uma ignorante por lhe fazer tal pergunta. Não, é melhor não perguntar: se calhar, verei o nome escrito em qualquer parte."
Lewis Carroll in "Alice no País das Maravilhas"
Por vezes gostamos de usar palavras pomposas... isso faz-nos sentir importantes... mas quase sempre tem o efeito contrário...
Outras vezes mais valia estarmos calados...
Sempre temos receio de revelar as nossas ignorâncias e limitações... mas não será essa uma forma de aprender?
5 comentários:
Aprendendo com a Alice?
Um beijinho...
NM
Pegando no teu post anterior...
Não achas que o diálogo é a melhor forma de troca de ideias?
"Por vezes gostamos de ter alguém que oiça as nossas aprendizagens para sentirmos os nossos progressos ou emendarmos os nossos erros... Precisamos trocar ideias..."
-Concordo, até porque temos tendência a insistir nos mesmos erros e por vezes é necessário um olhar de fora para nos fazer ver por outro prisma. Mas por outro lado não devemos seguir à risca o que os outros nos dizem, pois nunca conhecem a totalidade da nossa realidade...
Por falar em trocar ideias...
ainda não comprei o livro, procurei numa livraria online mas não havia... por isso vou depois à Fnac.
beijos...
É...
Uma pessoa falou-me deste livro... falou-me de uma forma tão marcante que resolvi lê.lo apesar de na minha infância não ter gostado do filme ...
Ainda mal comecei... Sinto-me um pouco a recuar no tempo...
Lembrei me quando o meu pai me pousou nas mãos um livro com uma bonita capa de pele e até tinha uma fitinha encarnada para marcar a leitura... lembro-me do cheiro desse livro...lembro-me de me sentir importante ... ia ler um livro de "gente crescida"... e lembro -me de abrir e não ver gravuras... lembro-me de ler rapidamente certas passagens à procura dos diálogos... lembro-me de querer absorver tudo mas não conseguir... lembro-me de ter ficado decepcionada comigo...
Hoje penso que tudo tem o seu tempo para acontecer e eu era muito novinha na altura para aquele livro... ainda bem que não apanhei aversão à leitura...
Mas vou aprender muita coisa com a Alice... estou certa disso...
Beijo...
O diálogo é uma boa forma de trocar ideias sim...
Sabes... cabe sempre a cada um de nós a decisão final... penso que ouvir outras pessoas nunca é tempo perdido... por vezes temos pensamentos viciados e não somos conhecedores de tudo. Mas não temos de seguir nada à risca... podemos reflectir nos assuntos...
Aquele post com a gravura de um homem e uma mulher, com os corações, deu para ver que existem muitas formas diferentes de pensar sobre uma mesma questão... todas certas...todas erradas... não interessa... é a forma de ver de cada um... podemos insistir na nossa... ou abrir novos horizontes...
Eu gosto muito de falar com pessoas que me põem a pensar...
Beijo...
Enviar um comentário