terça-feira, 18 de maio de 2010

Nota 193...

"Toda a nossa cultura se baseia no apetite pelo consumo, na ideia de um comércio mutuamente favorável. A felicidade do homem moderno consiste no encanto de olhar para as montras, e de comprar tudo o que possa, a pronto ou a prestações. E ele olha para as pessoas de um modo semelhante. Para um homem, uma mulher atraente ( e para uma mulher, um homem atraente) é um prémio a conquistar. "Atraente" normalmente significa alguém que possui um conjunto apreciável de qualidades que são populares e estão em alta no mercado da personalidade. O que torna uma pessoa espicificamente atraente, tanto física como mentalmente, depende da moda da época."
Erich Fromm in "A Arte de Amar"

Estarei na moda? Estarei fora de moda? Complicado para mim sentir que as relações humanas são comparáveis ao comercio, a bens de consumo, a modas... mas já tinha dado conta disso, não queria era acreditar... sinto também que a moda está a mudar...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nota 192...

" Aquele que nada conhece, nada ama. Aquele que não é capaz de nada, nada compreende. Aquele que nada compreende é inútil. Mas aquele que compreende também ama, repara é vê. (...) Quanto mais conhecimento existe de uma coisa, maior é o amor... Quem imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo que os morangos não percebe nada de uvas."
Paracelso

Perdi-me um pouco com este pensamento... Por vezes fico a pensar o quanto gostava de ser mais ignorante, o quanto gostava de simplesmente sentir sem procurar razões, porque as razões por vezes pouco me satisfazem ou enganam... Hoje em dia até é possivel os frutos amadurecerem ao mesmo tempo... e tal como existe essa manipulação existem muitas outras que nos confundem e alteram a nossa natureza. Habituamos-nos a viver através da razão, onde tudo tem de ser explicado, demonstrado e assim manipulados vamos-nos transformando em seres diferentes, talvez como os morangos de estufa, lindos mas sem sabor.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nota 191...


" O facto é que os seres humanos chegam a este mundo com uma paixão pelo controlo, saem dele da mesma forma e as investigações sugerem que, se eles perderem a sua capacidade de controlar as coisas em qualquer ponto situado entre a sua entrada e a sua saída, ficam infelizes, inseguros, desesperados e deprimidos. E por vezes, mortos. (...) Aparentemente, obter controlo pode ter um impacto positivo na saúde e no bem estar de alguém, mas perder o controlo pode ser pior do que nunca o ter tido. (...) O sentimento de controlo - real ou ilusório - é uma das fontes de saúde mental. (...)O acto de conduzir o nosso próprio barco ao longo do rio do tempo é uma fonte de prazer, independentemente do porto onde nos dirigimos."
Daniel Gilbert in " Tropeçar na Felicidade"
Bem queremos não ser controladores ou que pensem que o somos, mas está-nos no sangue. É um facto que nos sentimos perdidos quando alguma coisa sai fora do nosso controlo. Será bom, no entanto, querer não controlar certas coisas e tentar simplesmente aceitá-las Assim não nos arriscamos a perder o que nunca tivemos.