sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nota 151...

Insisto em agarrar um sonho desfeito...
Que se escapa por entre os dias da minha existência.
Fecho os olhos a tudo à minha volta
Na esperança de retomar o meu sonho.
Mais nada me interessa.
Mas só vejo sombras do passado
Fantasmas do meu sonho.
*
Um sonho de infància, da juventude, perdido na velhice de uma alma desiludida.
Um sonho vivido que deu lugar ao pesadelo da esperança morta.
Um sonho que se desvanece à medida que o tempo passa.
Um sonho inacabado, suspenso na incerteza do seu fim.
*
Insisto em consertar um sonho quebrado...
Quero recomeça-lo... quero refazê-lo... quero vivê-lo de novo
Mas existem pedaços perdidos, roubados
Pedaços que não encaixam, não fazem sentido
Pedaços que o tempo e a espera deformaram
Pedaços que pertecem a sonhos que não são os meus.
*
Porque não acordei só no fim da vida?
Queria continuar a sonhar o meu sonho
Um sonho de vida
Uma vida de sonho!
15 Março 2008

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Nota 150...


"As duas maneiras de pensar ( pensamento calculista e pensamento reflexivo) são perfeitamente legítimas e necessárias, mas justamente por isso nenhuma das duas pode ser reduzida à outra. O que significa que devem existir tanto o pensamento calculista orientado para a factibilidade como o pensamento reflexivo voltado para o sentido das coisas. (...) o receio de que numa época em que o pensamento calculista alcança os triunfos mais admiráveis, o ser humano esteja ameaçado , mais do que anteriormente, pela falta de reflexão e aversão à mesma. Concentrando o seu pensamento exclusivamente no factível o homem corre o perigo de se esquecer da reflexão sobre si mesmo e sobre o sentido do seu ser."
Joseph Ratzinger in " Introdução ao Cristianismo"
**********
Como anda a nossa forma de pensar?

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nota 149...

"É necessário que te despeças, ao menos por algum tempo, das coisas que queres conhecer e medir. Só quando observamos a cidade de longe é que percebemos a altura das suas torres para além da linha do casario"
Nietzsche in "Humano, demasiado humano"

Por vezes a distância é benéfica. Seja das pessoas, das coisas ou até mesmo dos problemas. De "fora" conseguimos ver melhor. Em certas alturas não adianta remoer, pensar... para encontrar soluções. É preferível afastarmo-nos um pouco. No regresso teremos uma visão mais alargada.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Nota148...






Aqui sua companheira foi machucada e a condição é fatal
Ela foi apanhada por um carro enquanto voava baixo numa rua




Aqui ele traz comida para ela e a atende com amor e compaixão



e trouxe comida novamente mas ficou chocado ao encontra-la morta.Tentou move-la... um esforço raramente visto entre andorinhas!!




mas percebe que sua querida esta morta e que nunca mais voltara para ele...ele chora tristemente a perda de seu adorado amor...




Permaneceu ao lado dela tristemente em sua morte...



E muitas pessoas pensam que os animais não têm cérebro ou sentimentos?

(reportagem saída num jornal francês)
*
Não são os animais que não têm cérebro ou sentimentos, são as pessoas que estão a perder a capacidade de sentir e pensar de acordo com os seus sentimentos...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Nota 147...



se olharmos ao nosso redor há alguém em apuros.........

Um dia, quando eu era caloiro na escola, vi um miúdo da minha turma a caminhar para casa depois da aula.
O nome dele era Kyle.
Parecia que estava a carregar os seus livros todos.
Eu pensei:-'Porque é que leva para casa todos os livros numa sexta-feira?
Ele deve ser mesmo um marrão.
Como já tinha o meu fim-de-semana planeado (festas e um jogo de futebol com meus amigos no sábado a tarde) encolhi os ombros e segui o meu caminho.
Conforme ia caminhando, vi um grupo de miúdos a correr na direcção dele.
Eles atropelaram-no, arrancando-lhe todos os livros dos braços e empurraram-no, de tal forma que ele caiu no chão.
Os seus óculos voaram, e eu vi-os aterrarem na relva a alguns metros e onde ele estava. Ele ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza nos seus olhos.
O meu coração penalizou-se por ele. Então, corri até ele enquanto ele gatinhava à procura dos óculos, e pude ver lágrimas nos seus olhos.
Enquanto lhe entregava os óculos, eu disse: -'Aqueles tipos são uns parvos. Eles deviam era arranjar uma vida própria'.
Ele olhou para mim e disse: -Ei, obrigado! Havia um grande sorriso na sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão. Eu ajudei-o a apanhar os livros, e perguntei-lhe onde morava.
Por coincidência ele morava perto da minha casa, então eu perguntei como é que nunca o tinha visto antes. Ele respondeu que antes frequentava uma escola particular.
Conversámos todo o caminho de volta para casa, e carreguei-lhe os livros.
Ele revelou-se um miúdo muito porreiro. Perguntei-lhe se queria jogar futebol no Sábado comigo e com os meus amigos, ele disse que sim.
Ficamos juntos todo o fim-de-semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele. E os meus amigos pensavam da mesma forma.
Chegou a Segunda-Feira, e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez. Parei-o e disse: -'Diabos, pá, vais fazer o quê com os livros de novo?
Ele simplesmente riu e entregou-me metade dos livros.
Nos quatro anos seguintes Kyle e eu tornámo-nos melhores amigos.
Quando nos estávamos a formar começámos a pensar na faculdade. Kyle decidiu ir para Georgetown, e eu ia para a Duke.
Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico, e eu ia tentar uma bolsa escolar na equipa de futebol.
Kyle era o orador oficial da nossa turma. Ele teve que preparar um discurso de formatura. Eu estava super contente por não ser eu a subir ao palanque e discursar.
No dia da Formatura eu vi Kyle. Ele estava óptimo. Ele estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos.
Ele saía com mais miúdas do que eu, e todas as raparigas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja. Hoje era um desses dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso por causa do discurso. Então dei-lhe uma palmadinha nas costas e disse: -Ei, rapaz, vais-te sair bem!
Ele olhou para mim com aquele olhar (aquele olhar de gratidão) e sorriu. -Valeu, disse ele.
Quando ele subiu ao oratório, limpou a garganta e começou o discurso: -'A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Aos pais, aos professores, aos irmãos, talvez até a um treinador. Mas principalmente aos amigos. Eu estou aqui para lhes dizer ser um amigo para alguém é o melhor que se pode dar.
Eu vou-lhes contar uma história. Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos.
Ele tinha planeado suicidar-se naquele fim-de-semana. Contou a todos como tinha esvaziado o seu armário na escola, para que a mãe não tivesse que fazer isso depois de ele morrer, e estava a levar as suas coisas todas para casa. Ele olhou directamente no meus olhos e deu-me um pequeno sorriso. -'Felizmente eu fui salvo. O meu amigo salvou-me de fazer algo inominável'. Eu observava, com um nó na garganta, todos na plateia, enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza. E vi a mãe e o pai dele a olharem para mim e a sorrir com aquela mesma gratidão.
Até aquele momento eu nunca me tinha apercebido da profundidade do sorriso que ele dirigiu naquele dia.
Nunca subestimes o poder das tuas acções. Com um pequeno gesto podes mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior.
Deus coloca-nos a todos nas vidas uns dos outros para que tenhamos um impacto um sobre o outro de alguma forma.
Procura o bem nos outros.
***********************
Recebi este mail e quero partilhar... deu-me para pensar... e como tudo na vida veio na altura exacta apesar de estar na minha caixa de correio há muito e ainda não tinha tido oportunidade de ler ( talvez por alguma razão tinha de ser hoje)

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Nota 146...

" Quando, junto de algumas pessoas, já se fez o bastante para as conquistar, e tendo esse esforço sido infrutífero, resta sempre um expediente, que é o de não fazer mais nada."
La Bruyére in "Os caracteres"

E se conquistamos ... é para sempre? Não precisamos fazer mais nada?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nota 145...


É tarde demais para pedir desculpa...

É tarde demais para perdoar.

O tempo foi corroendo o meu coração

que sangrou até à última gota e padeceu.


Deixaste-me à deriva num imenso mar de tormentos

entregue a mim própria, à minha sorte.

Enfrentei tempestades de medos,

vagas de dúvidas, noites de angustia, dias de desespero.

Lutei, esbracejei, venci.


Abandonaste o barco em busca da tua sobrevivência com receio de ires ao fundo comigo

Mas hoje não vives...

Vais de barco em barco e não aprendes a remar...

Vais para onde te levarem, não para onde queres ir...

Tentas descobrir a linha do horizonte através de olhos que não são os teus...

Encontrarás muitos mundos mas nunca o teu.

Permanecerás à deriva, sem identidade, perdido de ti.


O deserto que agora percorro

onde os oásis são meras miragens

deixam-me sedenta de um Amor vivido.


Grito e ninguém me ouve...

Peço ajuda e ninguém aparece...

Olho à minha volta e estou só...

Partilho a minha existência comigo mesma.


As feridas abertas impedem-me de caminhar para te encontrar

E entregue à loucura de ter perdido a Esperança... desisto.

Deixei de acreditar em novos horizontes.

Só conheço o deserto, só sei estar só.


Se um dia me procurares...largares outros barcos e navegares por ti...

Nunca me irás encontrar, nunca me irás reconhecer...pois ter-me-ei transformado na areia do deserto que tentei atravessar.

9 de Março 2008