domingo, 2 de novembro de 2008

Nota 64...

" E de que serve um livro, pensou Alice, se não tem gravuras nem diálogos?"

Lewis Carol in "Alice no País das Maravilhas"

5 comentários:

Anónimo disse...

...certos dias sinto-me exactamente como a Alice. Sem imagem e sem diálogo. É uma coisa que realmente me faz falta é o dialogo, detesto "tipo" falar sozinho... lançar frases para o ar sem saber se alguém as irá apanhar nesses instante... enfim!

Tenho que ter paciência e esperar... acredito que em breve alguém irá dialogar comigo...

(...) disse...

Eu por acaso, apesar de gostar muito de conversar, tem alturas que sinto necessidade de "falar" comigo mesma... quando aprendemos a apreciar a nossa companhia isso torna-se muito bom para a nossa vida e relação com os outros

Detesto é estar com alguém e ter a sensação de estar a falar sozinha...

Eu estou aqui a dialogar contigo...

Beijo...

Anónimo disse...

Sabes uma coisa... descobri hoje, por mero acaso, uma coisa interessante! Quando eu escrevo diálogos alivia-me os pensamentos porque sei que alguém me vai lêr, acabando assim por me lêr os pensamentos que me ficavam retidos e oprimidos, desgastando-me por dentro. Acho que encontrei uma forma de terapia psicológica pessoal...

O curioso é que estes diálogos começaram por ter o objectivo de ajudar alguém a encontrar respostas para o seu caminho. Talvez me preocupe tanto em pensar como ajudar esse alguém que acabe eu próprio nas malhas da confusão mental.
De qualquer forma, o facto de me posicionar como narrador, deixa-me espaço para que essa pessoa saiba como penso... e que a faça a ela pensar sobre as suas atitudes, vistas de um prisma diferente... o prisma de um terceiro elemento... Tal qual uma tarepia entre os dois... isto psicoblogantemente falando claro...

Talvez tenha sido um pouco vago porque não me conheces... e infelizmente também não te posso revelar o local onde escrevo esses diálogos, porque é algo pessoal entre mim e essa pessoa. No entanto senti que era este o local ideal para deixar este desabafo...

beijos...

(...) disse...

Vou te também confessar uma coisa...apesar de não ter jeito nenhum para escrever... aliás sempre fui um pouco complexada em relação a isso... a minha área é mais para o lado da ciência... há já algunas anos que uso a escrita como terapia...

Em momentos de maior crise, tristeza, angustia, stress... escrevia escrevia... mas tenho sempre de escrever em papel e com lápis... depois guardava por uns dias, semanas o que escrevia e lia de novo... era curioso verificar que muitas coisas não faziam já sentido, era curioso analisar o meu outro "eu" em alturas mais complicadas...

Isso ajudou me muito a entender muita coisa...

Confesso te também que este não é o meu primeiro blog... já tive outros que serviram propositos bem diferentes, tiveram o seu tempo´, marcaram fases da minha vida...blogs todos eles bem diferentes... e com objectivos bem distintos

Sabes... não raras vezes quando ajudamos alguém, estamos a ajudarmo-nos... muitas vezes dizemos às pessoas coisas que nós mesmos precisamos ouvir... para mim nada é por acaso e já me dei conta de estar a falar com certas pessoas e o que estou a dizer são coisas que preciso para mim. Escrever... falar com outras pessoas... é como levar o nosso pensamento a outras dimensões... é pensar em voz alta e tudo parece bem diferente é quase materializar ideias ...tudo toma proporções diferentes muitas vezes menos dramaricas do que só quando pensamos nelas...


Obrigada pelo teu desabafo... fez me lembrar muita coisa...

Cada um de nós deve tentar encontrar o melhor caminho para ultrapassar as fases dificeis, para crescer e ser feliz...

Beijo...

Anónimo disse...

Obrigado por esta tua resposta cuidada acerca deste assunto. Escrever é mesmo o melhor remédio às vezes...

beijo...