sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Nota 22...

" Desde o momento em que nascemos, relacionamos o ser alimentado com o ser amado. (...) Este paradigma primordial pode permanecer ao longo de toda a vida. Tanto os homens como as mulheres vêem frequentemente o seu companheiro da mesma forma como vêem a mãe, e o relacionamento transforma-se num processo de ser alimentado. Nalguns relacionamentos, o papel de mãe e de filho vai-se alternando. Noutros casos é uma das pessoas que desempenha o papel de fonte de alimento de modo consistente e a outra, o papel do alimentado. Algumas retêm o amor por forma a que o seu companheiro faça o que elas desejam. Outras alimentam de imediato os seus companheiros para que estes permaneçam felizes, mas depois sentem-se esgotadas e sentem que o seu companheiro é insaciável. O sexo é muitas vezes usado desta maneira. Para muitos é uma fonte de alimento emocional primária, que proporciona a sensação de ser amado, desejado, cuidado e alimentado. Quando é retido ou racionado, o parceiro sente-se devastado. (...) A maioria das pessoas não está consciente das muitas formas de sustento emocional que o universo nos oferece em abundância. Tal como acontece na infância, fixam-se numa pessoa, que vêem como a sua única fonte de bem-estar. Depois transferem esta atitude desesperada para os seus relacionamentos, acreditando que todo o seu alimento só pode ser proporcionado por uma única pessoa: o seu companheiro."
Brenda Shoshanna in " Zen e a arte de Amar"
Só para pensar... para sentir como estamos na vida...

10 comentários:

MIG-L disse...

Lei da vida... Instinto humano. Não consigo dizer muito mais do que foi dito.NM.

(...) disse...

Pois é... mas como seres racionais que somos e tomando consciência de algo que nos pode ser prejudicial há que mudar e não simplesmente deixar andar e desculparmo-nos com a lei da vida...

Não precisamos de nos alimentarmos de pessoas pelo menos de uma forma castradora. Como está escrito aqui existem muitas outras saídas para o nosso "alimento" emocional, e não só.

Mas cada vez mais assisto a este "canibalismo"... existem pessoas que usam e abusam dos outros e não vêem que isso não leva a bom porto. O nosso equilibrio não está no que obtemos do exterior...

Existe muito descontentamento, talvez muita falta de "alimento"...

Beijo...

MIG-L disse...

Concordo em absoluto.
Um beijo.

Anónimo disse...

Olá.
Tenho que conncordar em absoluto no que está escrito aqui. É o que mais se vê ultimamente, pessoas com "fome" de carinho. É triste.
esta falta de carinho será devida a quê?
Bj

(...) disse...

Maria, a meu ver esta carência pode ter mil uma razões.

Vejo no entanto que existe uma falta de valores enorme... Vejo crianças e jovens muito abandonados a eles mesmos, sem pontos de referência... Vejo relações humanas serem tratadas como empresas. Parece que as pessoas só ligam a quem tem algo para lhes dar. Mas não recebem qualquer coisa, só mesmo o que necessitam... As pessoas tratam sentimentos como bens materiais... Prendem-se a coisas superfulas e efemeros... Procuram o seu contentamento fora de si...Querem compensar os seus vazios à custa de coisas e pessoas em vez de olharem para si mesmas...as pessoas são trocadas por máquinas, e vistas como máquinas...os conhecimentos nem sempre são pasados da melhor forma e as experiências de vida tornam-se mais duras...as razões podem ser muitas.

Todos nós temos carências de algo, mas devemos arranjar maneira de as ultrapassar sem contar demasiado com os outros, ou com coisas

Os relacionamentos sempre foram importantes nas vidas das pessoas e talvez neste momento estejam relegados para outros planos.

Haveria muito a dizer mas... isto é só o meu ponto de vista...

Beijo... e volta sempre... gosto de te "ver" por aqui.

MIG-L disse...

Pontos acrescentados? E com este... vão 6! Beijitos

MIG-L disse...

Brindamos com sangria... Fiz uma Carbonara com queijo parmesão. Gostas? Beijo...

Anónimo disse...

Não ha assim tanta "fome" de carinho, basta saber procurar.
Mesmo que nao estejamos necessitados de carinho existe sempre alguem disposto a oferecer.
Agora tu tens desejo de receber carinhos?????

(...) disse...

Não vejo isso assim... talvez eu atraia um determinado tipo de pessoas... não sei. Não é essa a ideia que tenho.

Não ando à procura de nada...

Todos precisamos de carinho, penso que isso é verdade, mas às vezes os carinhos que nos dão saem muito caros e nem por isso resolvem a verdadeira situação.

Anónimo disse...

Fico triste com as explicações para este fénomeno.
Seria tudo muito mais fácil se fossemos como as crianças que dizem o que sentem, não?
Uma vez disseram-me que as crianças eram as criaturas mais sinceras porque quando periam pão não pediam pão para a semana toda, mas sim para aquele momento em que necessitavam. Só pediam o essencial e não para acumular, para juntar "fortuna".
Não sei se isto estará completamente correto mas gostei da explicação.
Os adultos pelo contrário, quando pedem alguma coisa não pedem o essencial para o momento, pedem com ambição de manter a pessoa junto deles para lhes dar sempre tudo aquilo que elas querem.
Aqui entra a explicação para sermos vistos como máquinas, o outro utiliza-nos a seu bel-prazer como se de uma máquina nos tratassemos.
É triste não é? Como se poderá mudar isto?
Eu não quero ser mais um ser humano explorador de outros seres humanos...