É tarde demais para pedir desculpa...
É tarde demais para perdoar.
O tempo foi corroendo o meu coração
que sangrou até à última gota e padeceu.
Deixaste-me à deriva num imenso mar de tormentos
entregue a mim própria, à minha sorte.
Enfrentei tempestades de medos,
vagas de dúvidas, noites de angustia, dias de desespero.
Lutei, esbracejei, venci.
Abandonaste o barco em busca da tua sobrevivência com receio de ires ao fundo comigo
Mas hoje não vives...
Vais de barco em barco e não aprendes a remar...
Vais para onde te levarem, não para onde queres ir...
Tentas descobrir a linha do horizonte através de olhos que não são os teus...
Encontrarás muitos mundos mas nunca o teu.
Permanecerás à deriva, sem identidade, perdido de ti.
O deserto que agora percorro
onde os oásis são meras miragens
deixam-me sedenta de um Amor vivido.
Grito e ninguém me ouve...
Peço ajuda e ninguém aparece...
Olho à minha volta e estou só...
Partilho a minha existência comigo mesma.
As feridas abertas impedem-me de caminhar para te encontrar
E entregue à loucura de ter perdido a Esperança... desisto.
Deixei de acreditar em novos horizontes.
Só conheço o deserto, só sei estar só.
Se um dia me procurares...largares outros barcos e navegares por ti...
Nunca me irás encontrar, nunca me irás reconhecer...pois ter-me-ei transformado na areia do deserto que tentei atravessar.
9 de Março 2008
4 comentários:
À data em que foi escrito... poderia ter sido escrito também por mim.
Parece que sofremos o mesmo mal.
beijos
Afinal ele voltou a reencontrar-te e reconheceu-te!!!!!
Nao t transformas-te na areia do deserto mas sim num oasis para o deserto dele.
Cuidado q os Oasis sao finitos e a areia do deserto acaba por os engolir.
Aceitas-te ser mais um barco na vida dele. Enfim o tempo acaba por nos moldar e acabar por aceitar as pessoas tal cm sao!!!!!!
Cercatrova... todos nós passamos por experiências identicas embora possivelmente nos marquem de forma diferente.
Espero que contigo a tempestade tenha passado e o que pssaste não tenha sido em vão...
Beijo
Anónimo...é sempre difícil falar dos outros, e das experiências dos outros pois só os próprios sabem o que aconteceu, como aconteceu, e o que ficou...nem sempre o que nos parece corresponde à realidade...
Até pode-me ter-me reencontrado mas terá me reconhecido? Serei eu a mesma pessoa?
Será que não me transformei mesmo na "areia do deserto"? Serei eu um "oasis para o deserto dele"?
O objectivo não será uma pessoa ser um deserto e outra um oasis... mas sim os dois serem oásis...
Como disseste o tempo acaba por nos moldar, vamo-nos transformando, não somos mais as mesmas pessoas que já fomos. Aceitar as pessoas como elas são deveria ser algo que deviamos ter semrpe presente... ninguém muda ninguém...
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