terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nota 145...


É tarde demais para pedir desculpa...

É tarde demais para perdoar.

O tempo foi corroendo o meu coração

que sangrou até à última gota e padeceu.


Deixaste-me à deriva num imenso mar de tormentos

entregue a mim própria, à minha sorte.

Enfrentei tempestades de medos,

vagas de dúvidas, noites de angustia, dias de desespero.

Lutei, esbracejei, venci.


Abandonaste o barco em busca da tua sobrevivência com receio de ires ao fundo comigo

Mas hoje não vives...

Vais de barco em barco e não aprendes a remar...

Vais para onde te levarem, não para onde queres ir...

Tentas descobrir a linha do horizonte através de olhos que não são os teus...

Encontrarás muitos mundos mas nunca o teu.

Permanecerás à deriva, sem identidade, perdido de ti.


O deserto que agora percorro

onde os oásis são meras miragens

deixam-me sedenta de um Amor vivido.


Grito e ninguém me ouve...

Peço ajuda e ninguém aparece...

Olho à minha volta e estou só...

Partilho a minha existência comigo mesma.


As feridas abertas impedem-me de caminhar para te encontrar

E entregue à loucura de ter perdido a Esperança... desisto.

Deixei de acreditar em novos horizontes.

Só conheço o deserto, só sei estar só.


Se um dia me procurares...largares outros barcos e navegares por ti...

Nunca me irás encontrar, nunca me irás reconhecer...pois ter-me-ei transformado na areia do deserto que tentei atravessar.

9 de Março 2008

4 comentários:

cercatrova disse...

À data em que foi escrito... poderia ter sido escrito também por mim.
Parece que sofremos o mesmo mal.

beijos

Anónimo disse...

Afinal ele voltou a reencontrar-te e reconheceu-te!!!!!
Nao t transformas-te na areia do deserto mas sim num oasis para o deserto dele.
Cuidado q os Oasis sao finitos e a areia do deserto acaba por os engolir.
Aceitas-te ser mais um barco na vida dele. Enfim o tempo acaba por nos moldar e acabar por aceitar as pessoas tal cm sao!!!!!!

(...) disse...

Cercatrova... todos nós passamos por experiências identicas embora possivelmente nos marquem de forma diferente.

Espero que contigo a tempestade tenha passado e o que pssaste não tenha sido em vão...

Beijo

(...) disse...

Anónimo...é sempre difícil falar dos outros, e das experiências dos outros pois só os próprios sabem o que aconteceu, como aconteceu, e o que ficou...nem sempre o que nos parece corresponde à realidade...

Até pode-me ter-me reencontrado mas terá me reconhecido? Serei eu a mesma pessoa?

Será que não me transformei mesmo na "areia do deserto"? Serei eu um "oasis para o deserto dele"?

O objectivo não será uma pessoa ser um deserto e outra um oasis... mas sim os dois serem oásis...

Como disseste o tempo acaba por nos moldar, vamo-nos transformando, não somos mais as mesmas pessoas que já fomos. Aceitar as pessoas como elas são deveria ser algo que deviamos ter semrpe presente... ninguém muda ninguém...