sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nota 139...

"Uma história sufi conta que um grande místico vivia em silêncio e solitário, até que foi acordado, um dia, por um mensageiro de Deus. O místico esfregou os olhos e sentou-se para ver a angélica presença que estava à sua frente.
- Deus está muito feliz contigo - disse o anjo. - Tuas preces foram ouvidas e aceites, e eu estou aqui para realizar os teus desejos. Basta pedires e eles serão imediatamente atendidos.
O místico ficou um pouco confuso.
- Chegaste um pouco tarde - disse ele. - Houve um tempo em que precisei de muitas coisas e tive muitos desejos, mas isso acabou. O meus desejos foram-se. Aceitei-me e estou satisfeito. Nem mesmo me importo se Deus existe ou não. Continuo a rezar, mas apenas porque isso me faz bem. Rezo como respiro. Vieste tarde demais, não tenho mais desejos.
- Mas Deus ofereceu - disse o anjo. - Não posso ofendê-lo dizendo-lhe isto. Por favor, para meu próprio bem, pede alguma coisa.
- O que tenho a pedir?- Perguntou o místico - Estou feliz e satisfeito. Nada me falta. Tudo está perfeito. Mas se insistes que eu peça, diz a Deus que desejo continuar a permanecer sem desejo. Que me dê ausência de desejo"
Dick Sutphen in " O oráculo interior"
Eu gosto do frenesim que me dá quando desejo. Não sei é se compensa a desilusão de um desejo não atendido. É normal o ser humano desejar. É esse o estímulo de continuar. Talvez o desejar seja diferente de criar expectativas, ou formas de apego, ou limitações. Será que devemos lutar pelo que desejamos ou simplesmente deixar fluir e esperar os resultados, com confiança? Ou será que não devemos desejar coisa alguma e simplesmente agradecer tudo o que aparece, sem julgamentos? Não desejar pode trazer mais paz de espírito, mas será que evoluímos na mesma?

2 comentários:

cercatrova disse...

Eu acho que o segredo é...

Desejar->Lutar->Não criar expectativas->Deixar fluir.

beijo em ti

(...) disse...

Concordo... mas também precisamos de acreditar!

Beijo...