sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Nota 83...

" Para aquele que adivinha os seus símbolos, a vida manifesta a sua exuberância em toda a parte. Moisés bate com a vara no rochedo, e dele brota água da vida. Um momento destes é o bastante para milhares de anos.
Só aparentemente estão estas coisas repartidas pelos espaços longínquos e pelos tempos remotos. Elas estão, antes, escondidas em cada indivíduo e são-lhe transmitidas por chaves, a fim de que ele se compreenda a si próprio na sua potência mais íntima e supra-individual. (...) Mesmo que a matéria se tenha espessado em muros, que parecem tirar qualquer esperança, a abundância está, todavia, muito próxima, já que vive no ser humano como arrátel, como herança transtemporal. Depende do homem tomar a vara unicamente para se apoiar durante o caminho da vida, ou segurá-la como ceptro"
Ernst Jünger in " O passo da floresta"

As escolhas são nossas...

4 comentários:

MIG-L disse...

Que se escolha então...
Fez-me pensar este texto.
Beijinhos.
NM

(...) disse...

Não penses muito... quase chego à conclusão de que quanto mais pensamos mais asneira sai...

Quase já acredito que quanto mais intelectuais são as pessoas, quanto mais cultura adquirem, menos vivem, mais dificuldade têm em serem felizes, mais dificuldade têm em relação à parte emocional e afectiva... bom... mas isso é um outro assunto...

Beijo...

Anónimo disse...

...nisso concordo contigo. Quanto mais se pensa mais infeliz se é. Tentamos racionalizar tudo e deixamos que que tudo se torne uma "grande complicação". Eu pelo menos por mim falo... passo meses a racionalizar um beijo, quando se calhar o que devo fazer mesmo é: "toma lá um beijo... já está!!!"

Quanto ao facto de usarmos a vara para nos apoiarmos ou a usarmos como ceptro... talvez a devamos utilizar mesmo como ceptro...
...mas acredita que por vezes também dá bastante jeito saber que nos podemos apoiar nela nos tempos mais conturbados...

beijo...

(...) disse...

Quando se trata de demonstraçoes de afecto eu pessoalmente não gosto de programá-las... parece que quando assim é deixam de ser reais... essas demonstrações de afecto acontecem ou não... penso que têm de ser expontãneas... há que sentir o momento... a situação... a outra pessoa... mas atenção!... não quer dizer que esta forma dê sempre bons resultados! Eu é que sou assim...

Um ceptro sempre nos traz mais poder, mais responsabilidade... é nos tempos contorbados que se distinguem os verdadeiros "reis"..

Beijo...