sábado, 20 de fevereiro de 2010

Nota 174...


A velocidade da alma

Um explorador branco, ansioso para chegar logo ao seu destino no coração da África, pagava um salário extra para que os seus carregadores índios andassem mais rápido. Durante vários dias, os carregadores apressaram o passo.

Certa tarde, porém, todos sentaram-se no chão e depositaram seus fardos, recusando-se a continuar. Por mais dinheiro que lhes fosse oferecido, os índios não se moviam. Quando, finalmente, o explorador pediu uma razão para aquele comportamento, obteve a seguinte resposta:

“Andamos muito depressa e já não sabemos mais o que estamos fazendo. Agora precisamos esperar até que nossas almas nos alcancem”. ¨
**************
Por vezes saímos do nosso ritmo. De tal forma ficamos anestesiados que nem sentimos pequenos sinais que nos avisam para abrandarmos. Ou sentimos e fazemos ouvidos moucos. Depois somos mesmo obrigados a parar senão acabamos por nos perder definitivamente de nós mesmos.

4 comentários:

Joca disse...

Este post retrata muito bem um dos grandes males dos tempos modernos: a loucura em que as nossas vidas se tornaram: tudo tem de ser pra ontem, ou mesmo antes disso!

E andamos feito doidos, quase que como robôs, sem muitas vezes analisar ou pensar nas situações....

E como é óbvio depois nosso corpo ressente-se....

Beijo!

(...) disse...

Ressente-se o corpo e a alma... será que lucramos alguma coisa com isso? Contribuímos para mudar o sistema? Como anda a nossa capacidade de dizer não?

Beijo...

Anónimo disse...

Pois é... se ressente... e quando TEMOS que parar...afinal percebemos que não somos assim tão imprescindíveis... tudo continua na nossa ausência... embora também seja bom saber que a nossa falta é sentida!!!!! Pelo menos por alguns... O parar puderá ajudar-nos a abrandar... mas ..até quando? Até à próxima paragem forçada...digo eu!!!! ;))

(...) disse...

Paragens forçadas acabam por ser mais dificeis, mas nunca inuteis. Aí levamos um abanão e ha que aprender com isso... ser atropelado pela vida pode não ser nada facil... há que tentar conduzi-la e não que ela nos conduza!

As nossas paragens forçadas por vezes também são motivo para os que nos rodeiam cresçam, já que de outro modo não o podem fazer porque não deixamos. Depois há que não deixa los estagnar ou seja quando voltarmos ao activo nada poderá voltar ao mesmo. Não temos de fazer tudo pelos outros e temos de deixa los fazer algo por nós...

Às vezes é preciso uma certa coragem para que isso assim seja... mas dentro do bom senso todos têm a lucrar com isso...

Beijo...