quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nota 159...

" De quem nos ama esperamos sobretudo um pouco de tempo"
George Bernanos

Se o tempo hoje em dia é tão escasso que devemos esperar então?

7 comentários:

BlackQuartzo disse...

Devemos aumentar e estender esse tempo escasso... passar mais tempo juntos... estar mais... conversar mais... entender mais... partilhar mais... coisas e locais. Partilhando tempo, vamos-nos conhecendo.

(...) disse...

Concordo... no entanto as coisas não se passam bem assim e o tempo nunca estica nesse sentido.
Esporadicamente fazemos coisas com amigos ou familiares e no fim ouvimos ou dizemos: Temos de repetir mais vezes.E depois passam -se anos...
Em funerais, e porque a situação assim o exige sempre reflectimos sobre a nossa vida e o quanto a mesma é frágil. Prometemos a nós mesmos e a pessoas que encontramos e não vemos á séculos, que a vida tem de mudar e que temos de fortificar relações. No entanto passado pouco tempo tudo se esquece, volta-se ao mesmo, e as relações vão ficando adiadas...
Tens ideia de quantas vezes já ouvi:"não tive tempo", "não tenho tempo", "não sei se vou ter tempo"? Tens ideia de quantas promessas já ouvi do genero:" Vou arranjar mais tempo", "as coisas têm de mudar"...?
Estranho é as pessoas queixarem-se todas do mesmo e nada se fazer sobre isso...
Dá a impressão que não existe lugar para o relacionamento humano e que isso não é importante... para mim é mas já não sei mais o que fazer...então quando depois de reclamar um pouco de atenção e consideração, oiço : não tenho de dar satisfações sobre a minha vida, sinto que nada mais vale apena. Um dia as pessoas vão-se dar conta do que perderam por não cultivarem a relação humana, mas já cá não devo estar para ver. Para mim tudo se está a tornar vazio, dessinteressante, pouco humano. Não desisto mas estou saturada!
Beijo

(...) disse...

Onde andará o meu amigo CercaTrova que nunca mais apareceu? Estará ele com falta de tempo também?
Pode ser que ainda me venha ler: Sinto falta dos teus comentários CercaTrova!

BlackQuartzo disse...

Como te entendo nesse ponto de saturação.
Chega um ponto em que parece que já nada do que fazemos desperta a devida atenção e chama a razão na outra pessoa...
Parece que quase apetece gritar... "HELLO!!! ESTOU AQUI, TOPAS? MAS NÃO SOU IMORTAL! E NÃO VOU AQUI ESTAR PARA SEMPRE! AMANHÃ POSSO JÁ NÃO ESTAR!"
Que é feito de um pouco mais de doçura por parte das pessoas. Mais respeito... um sorriso... um simples olá? Meia-dúzia de palavras sem agressividade? Conversas sem motivo e espontâneas... simplesmente livres de rancor?
Será que essas pessoas esperam a nossa morte para depois dizerem que afinal "deveriam" ter sido diferentes connosco?

(...) disse...

Sabes... acho que no fundo estou a render-me à maioria... lá está, como diz um velho ditado: quando não podes contra eles junta-te a eles... as desilusões vão-nos marcando.... sinto que estou uma pessoa mais dura, descrente de muita coisa, indiferente a outras tantas... por vezes tenho saudades da pessoa emotiva que era, que vibrava com tudo, sentia o sangue correr-me nas veias, talvez seja isto o que se chama amadurecer, ficar inpávida e serena perante tanta parvoíce...custa-me mas vou-me habituando.
Sempre digo: escusam de me levar flores quando eu morrer, já que não me as oferecem agora, Escusam de dizer que eu era uma pessoa muito especial, já que não me fazem sentir isso agora.
Porque será que só se da valor as coisas quando as perdemos?
Será que sou eu que sou muuto exigente?
Sei que mudei muito... talvez por isso também tudo esteja diferente para mim mas já não consigo voltar atras e apagar tudo o que me fez mudar...

BlackQuartzo disse...

O passado não se muda... aprende-se com ele.


beijo

(...) disse...

Mas nem sempre o que se aprende... ou as marcas que nos deixa... são muito boas... mas eu sei que isso é mesmo assim... aprende-se com o passado...